segunda-feira, 6 de setembro de 2010




Grande Otelo (ou Othelo), pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata (Uberlândia, 18 de outubro de 1915Paris, 26 de novembro de 1993) foi um ator, cantor e compositor brasileiro. Pai do também ator José Prata.


Biografia


Grande artista de cassinos cariocas e do chamado teatro de revista, participou de diversos filmes brasileiros de sucesso, entre os quais as famosas comédias nos anos 1940/50, que estrelou em parceria com o cômico Oscarito, e a versão cinematográfica de Macunaíma, realizada em 1969. Conheceu Orson Welles quando este veio filmar no Brasil, na década de 1940. O grande ator e diretor estadunidense considerava Grande Otelo como o maior ator brasileiro.[1]


Sua vida teve várias tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era um ator consagrado, sua mulher se suicidou logo após matar com veneno seu filho de seis anos de idade, que era enteado do ator.


Grande Otelo vivia em Uberlândia quando conheceu uma companhia de teatro mambembe e foi embora com eles, com o consentimento da diretora do grupo, Abigail Parecis, que o levou para São Paulo. Ele voltou a fugir, foi para o Juizado de Menores, onde foi adotado pela família do político Antonio de Queiroz. Otelo estudou então no Liceu Coração de Jesus até a terceira série ginasial.


Participou na década de 1920 da Companhia Negra de Revistas, que tinha Pixinguinha como maestro.


Foi em 1932 que entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do teatro de revista. Foi nessa época que ganhou o apelido de Grande Otelo, como ficou conhecido.


No cinema, participou em 1942 do filme It's All True, de Orson Welles.


Otelo fez inúmeras parcerias no cinema, sendo a mais conhecida a com Oscarito. Depois os produtores formariam uma nova dupla dele com o cômico paulista Ankito. No final dos anos 50, Grande Otelo apareceria em dupla em vários espetáculos musicais e também no cinema com Vera Regina, uma negra alta com semelhanças com a famosa dançarina americana Josephine Baker. Com o fim da dupla com Vera Regina, Otelo passaria por um período de crise até que voltaria ao sucesso no cinema com sua grande atuação do personagens título de Macunaíma (1969), filme baseada na obra de Mário de Andrade. Participou também do filme de Werner Herzog, Fitzcarraldo, de 1982, filmado na floresta amazônica.


Desde os anos 1960 Otelo era contratado da TV Globo, onde atuou em diversas telenovelas de grande sucesso, como Uma Rosa com Amor, entre várias outras. Também trabalhou no humorístico Escolinha do Professor Raimundo, no início dos anos 1990. Seu último trabalho foi uma participação na telenovela Renascer, pouco antes de morrer.


Grande Otelo faleceu em 1993 de um ataque do coração fulminante, quando viajava para Paris para uma homenagem que receberia no Festival de Nantes.


Acervo Grande Otelo


Já está disponível para acesso pela web grande parte do Acervo Grande Otelo,[2] recebido oficialmente pela Fundação Nacional da Arte (FUNARTE) em dezembro de 2007. O acervo de Grande Otelo encontrava-se há vários anos em um apartamento da Tijuca, guardado em caixas de papelão, nas quais foram descobertos manuscritos, livros de autoria do ator, e outros com dedicatórias de amigos e personalidades reconhecidas da cultura brasileira; letras de música compostas por ele e parcerias, discos em vinil, fitas-cassete com os mais variados conteúdos (entrevistas, músicas e programas apresentados pelo artista); prêmios e homenagens (troféus, placas, diplomas e certificados) recebidos durante a sua carreira, roteiros de cinema, TV, teatro, rádio, shows, partituras, correspondências, livros, monografias, poemas, fotos, obras de arte, recortes de jornais e revistas.


O trabalho de restauração e catalogação do material se iniciou em 2004. O material catalogado foi fundamental para o conteúdo do Projeto 90 anos de Grande Otelo, fornecendo informações inéditas sobre o ator para a biografia feita pelo escritor Sérgio Cabral, um site, um documentário e um espetáculo teatral. Após o término do projeto, o acervo restaurado, higienizado e digitalizado foi entregue à Funarte oficialmente no dia 17 de dezembro. O público terá acesso físico ao material a partir de fevereiro de 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário